Notícia bombástica do TreeHugger, sobre um garoto da 11a série do Canadá, Daniel Burd, que descobriu uma tecnologia nova e absolutamente revolucionária para uma simples feira de ciências do colégio. Um dos maiores perigos para o nosso futuro é o acúmulo crescente de plásticos, o material mais utilizado no mundo e do qual a nossa civilização é absolutamente dependente. Então precisamos pensar em alternativas, já há um tempo defendidas pelos ecologistas e cada vez mais pela sociedade civil que tem um mínimo de preocupação com o futuro. O máximo que tínhamos até agora era a reciclagem, que apesar de necessária e muito benéfica e lucrativa, enfrenta alguns problemas de ordem econômica e também não dá conta da produção excessiva da indústria, além de problemas de ordem técnica e comportamental da região, como uma adequada separação do lixo. Mas como a reciclagem não dá conta, nós também precisamos de modificações políticas e institucionais, um novo sistema econômico, mudanças comportamentais drásticas na sociedade industrial, e, para ajudar, tecnologias inovadoras!
Os ecologistas alertam, com razão, que não devemos ter fé simplesmente na tecnologia. Mas é inegável que ela ajuda muito. Também não é possível deixar de ter um certo otimismo ao ver que adolescentes têm idéias inovadoras em ciência juntamente com uma forte preocupação política e ambiental.
O menino usou o nosso conhecido método científico (o que me faz pensar que as escolas no Canadá são realmente boas) e formulou uma hipótese: sabe-se que a previsão de decomposição do plástico na Natureza é de cerca de mil anos, então isso quer dizer que existe algo que produz essa decomposição, provavelmente microorganismos. Esses microorganismos são bactérias aeróbias quimio-heterótrofas com metabolismos altamente versáteis, o que significa que pode usar muitos compostos naturais e até artificiais, podendo sobreviver em ambientes com poucos nutrientes, e se estuda a sua aplicação na biotecnologiam mais especificamente, Sphingomonas e Pseudomonas. A aplicação delas a nível industrial é fácil, basta adicionar fermento.
Acho importante lembrar que isso não significa que agora podemos ser displiscentes quanto ao consumo e ao destino dos plásticos, imaginando que tudo vai se decompor no final e vai acabar bem. A aplicação desta tecnologia se limitará a ambientes específicos, como na fabricação ou em depósitos específicos de decomposição, em vez de batérias polimerófagas espalhadas por todo o mundo e quantidades massivas. Isso significa que a consciência ambiental, que prefiro chamar de modificação comportamental, e a modificação estrutural do nosso sistema econômico baseado em um número limitado de matérias-primas ainda se mostram necessários.
sexta-feira, 30 de maio de 2008
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